O Glaucoma é considerada principalmente uma doença ocular porque o dano inicial ocorre no nervo ótico. No entanto, como o nervo óptico faz parte do sistema nervoso central, é mais apropriado dizer que o glaucoma é uma doença neurodegenerativa do olho.
O glaucoma tem caracteristicas muito semelhantes com as doenças cerebrais degenerativas, como Alzheimer, Parkinson e doença de Lou Gehrig que afetam, ao longo do tempo, uma área específica do cérebro. A área específica do cérebro, no caso do glaucoma, é o nervo óptico. Como fatores de risco, temos a idade e o histórico familiar.
A retina e o nervo óptico fazem parte do cérebro. O neurónio é a célula do sistema nervoso encarregada de transmitir informação sob a forma de impulsos eléctricos. Na retina, Fig.2, um grupo de neurónios chamados células ganglionares (sem as quais a visão é impossível), Fig.1, transmitem impulsos elétricos através dos seus axónios, ao longo do nervo ótico, ao córtex visual. A célula ganglionar, que recolhe todas as informações visuais das outras células da retina, é o único tipo de célula que inicialmente sofre danos pelo glaucoma.
A lesão do axônio do nervo óptico (devido a trauma mecânico, diminuição do fluxo sanguíneo ou outras causas), provoca alterações nas células ganglionares da retina e até mesmo a morte celular, tendo como consequência, a perda da visão periférica como acontece com o glaucoma.
Como o axónio da célula ganglionar se prolonga da retina até ao cérebro, as células retinianas que o rodeiam também sofrem dano assim como as células que estão dentro do núcleo geniculado lateral (no cérebro) e o córtex visual, zona responsável pela interpretação visual.
Estas evidências são importantes porque visam encontrar um tratamento mais efetivo e que protejam as células ganglionares da retina, como são os fatores neurotróficos.
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