O estudo mostra que as dificuldades de aprendizagem devem-se a uma má conexão cerebral, e não a regiões específicas do cérebro, como até aqui se pensava.
Entre 14-30% das crianças e adolescentes em todo o mundo enfrentam desafíos de aprendizagem que requerem apoio adicional. Esses desafios estão frequentemente relacionados a questões cognitivas e/ou comportamentais. Em alguns casos, crianças com dificuldades na escola recebem um diagnóstico formal de uma condição específica de aprendizagem, como dislexia, discalculia ou transtorno do desenvolvimento da linguagem, ou de um transtorno do desenvolvimento, como transtorno do défice de atenção e hiperatividade (TDAH), dispraxia, ou transtorno do espectro autista.
Este estudo veio a revelar que não existe nenhuma área cerebral específica que prediga um determinado problema de aprendizagem, ou seja, não há regiões cerebrais que identifiquem algum défice cerebral ou que o localizem numa determinada região. Em vez disso, os pesquisadores descobriram que esses distúrbios estão relacionados à forma como as regiões estão conectadas e organizadas, e não a uma deficiência específica em uma região específica do cérebro.
“Os cientistas argumentam há décadas que existem regiões cerebrais específicas que predizem um determinado distúrbio ou dificuldade de aprendizagem, mas demonstrámos que este não é o caso”, diz o Dr. Duncan Astle, autor do estudo.
O Dr. Astle sugere que a intervenção nos casos de problemas de aprendizagem deve ser menos dependente de rótulos de diagnóstico.
Essas descobertas podem esclarecer por que os tratamentos medicamentosos não têm sido eficazes para distúrbios do desenvolvimento. Por exemplo, alguns medicamentos utilizados para tratar o TDAH, podem reduzir a hiperatividade, mas não aborda as dificuldades cognitivas nem melhora o desempenho educacional.
Referencia
Siugzdaite, R et al. Transdiagnostic brain mapping in developmental disorders. Current Biology; 27 Feb 2020; DOI: 10.1016/j.cub.2020.01.078
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