Segundo um estudo piloto, Front. Psychol., 22 March 2023, investigadores indicam que a perda de visão pode estar correlacionada com o declínio cognitivo e que aumenta o risco de desenvolver demência como a doença Alzheimer.
A terapia ou a reabilitação visual pode ser possivelmente um fator protetor contra o declínio cognitivo. Daí a importância de corrigir qualquer défice de visão e realizar treino ou terapia visual para reabilitar e fortalecer as capacidades visuais e cognitivas.
O treino visual reforça e mantém ativas as conexões neurais necessárias para a saúde e equilíbrio da visão, mente e corpo.
O referenciado estudo revela também as correlações significativas entre a cognição global e os recursos visuais, a memória e a sensibilidade ao contraste, a memória e os recursos visuais e entre as funções executivas e a sensibilidade ao contraste.
Segundo o Dr. Susan Mitchell, Head of Policy at Alzheimer’s Research UK, à medida que aumentam os estudos sobre os fatores de risco de Alzheimer, acumulam-se as evidências da relação entre a perda de visão e a demência.
As perdas de visão como a dificuldade de ver ao perto ou por cataratas são inevitáveis ao estarem relacionadas com a idade. Contudo, há doenças que provocam perdas importantes de visão e que podem ser prevenidas como é o caso da diabetes, considerada como um factor de risco chave para a demência.
Portanto, todos podemos tomar medidas para proteger a saúde do nosso cérebro, desde manter uma visão e coração saudáveis até desfrutar de atividades de aprendizagem, lazer, desportivas ou sociais.
É importante que os profissionais que participam nos cuidados primários de saúde, como os optometristas e médicos de família, promovam a saúde e bem-estar visual, com especial relevância os doente diagnosticados com demência como forma de manter uma visão ativa que potencia um cérebro ativo. O treino visual poderá ser crucial nestes pacientes pela grande capacidade de reabilitar a visão, memória e motivação.